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“Não existe lucro sem sacrifício”


Elie Horn, fundador da Cyrela, abriu o ciclo de palestras do Congresso CJE – Superação pelo Conhecimento, realizado pela Fiesp ontem (09/11), em São Paulo.

Aos 71 anos, Elie Horn garante que não pretende se aposentar em vida e ainda mantém uma intensa rotina diária, dividindo seu tempo entre o conselho da Cyrela e seus trabalhos filantrópicos. O empresário é formado em direito pela Universidade Mackenzie de São Paulo, mas nunca exerceu a advocacia e construiu uma das maiores incorporadoras e construtoras do Brasil a partir do 0, o que pra ele é uma grande vantagem: “O apetite vem quando não tem nada para comer.”

Nascido na Síria, chegou em São Paulo com sua família aos 10 anos de idade. Começou vendendo produtos de porta em porta, e aos 18 anos entrou no ramo dos imóveis comprando e revendendo apartamentos e terrenos junto com seus irmãos, sem nenhum capital inicial.

Foi o único a permanecer no ramo, e antes dos 30 anos já era dono de uma empresa bem sucedida. Até alcançar sua própria construtora foram 18 anos de muito trabalho.

No Congresso CJE, Elie contou um pouco de sua história e deu alguns conselhos aos jovens empreendedores presentes.

“Ganhe e Faça o Bem.”

Durante sua participação, ficou claro o quanto a espiritualidade e a religião são importantes para Horn. Ele contou que um dos diferenciais responsáveis pelo seu sucesso é que desde o começo da empresa se preocupou em ajudar a sociedade e os mais necessitados.

Elie lembra que no princípio, quando seus clientes pediam muito desconto nos imóveis, ele pedia que o dinheiro descontado das vendas fosse doado à alguma instituição de caridade.

Religioso, o empresário crê que a fé em Deus é o que controla a sociedade: “A religião te obriga a dominar seus instintos.” Ainda falando sobre fé, Horn contou que acredita que é preciso contribuir com os mais necessitados para que Deus permaneça ao seu lado: “Deus não fica devendo à ninguém. Se você ajuda o próximo, Deus é obrigado a te ajudar.”

Filantropia é uma prática aprendida em casa. Seu avô e seu pai já praticavam muitas ações do gênero, e vem daí a visão de Horn sobre o dinheiro: “Quando você doa o dinheiro você deixa de ser escravo dele, você está o dominando.”

A crise, é claro, não ficou de fora da conversa. Ellie deixou claro que para ele as crises são um mal necessário, pois “é a crise que te prepara para o crescimento”, e quando o empresário faz muito sucesso acaba se tornando arrogante e comete muitos erros. Ele mesmo contou que errou ao criar um plano de expansão para a Cyrella num momento nada favorável para a economia, e precisou voltar atrás e reformular os caminhos do projeto ao perceber que não tinha nem estrutura nem capital humano para tal.

Quanto aos demais problemas do país, o que mais preocupa Horn é a educação, que considera em estado calamitoso. “A não educação é o atraso do país”.

Para encerrar, o empresário, que serve de exemplo para muito que sonham em começar seu negócio, deixou um conselho para inspirar aqueles que participavam do Congresso: “Não existe lucro sem sacrifício. Tem que se sacrificar, não se poupar.”

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